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Arquitetura e Patrimônio: o Museu do Divino em Amarante como peça de paisagens urbana e cultural
19 de março de 2019 |
Estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí promoveram uma pesquisa que contribui com a divulgação da cultura local e ajuda na preservação do patrimônio histórico piauiense. “Paisagem Cultural e Patrimônio, o caso do Museu do Divino em Amarante” foi um dos trabalhos apresentados na 7ª edição do +Portfólio, evento realizado na última semana e que divulga a produção acadêmica na área da Arquitetura e Urbanismo. O trabalho é assinado pelos estudantes Mônica Alves, João Angelo Ferreira e Edilson Melo, e foi orientado pela professora doutora Amanda Moreira.
No trabalho, os estudantes fazem uma análise acerca da importância do Museu do Divino para a manutenção da paisagem cultural da cidade de Amarante-PI. A edificação foi construída em 1910 e abrigou vários projetos até se tornar um Museu. Pertencente a uma família religiosa, o casarão sempre se relacionou com a Festa do Divino, uma das mais antigas tradicionais festas católicas.
Em Amarante, estudos apontam que a Festa do Divino é comemorada desde 1907. Em homenagem ao Divino Espírito Santo, a festa nasceu em Portugal e se espalhou por várias colônias portuguesas.
Em geral, o trabalho relaciona a Arquitetura, através do patrimônio histórico, com festividades religiosas e culturais do povo piauiense.
Para Mônica Alves, umas das autoras do trabalho, relaciona a Arquitetura e Urbanismo no cenário da pesquisa com a presença de aspectos que vão além da edificação. “As pessoas tendem a pensar Arquitetura como ideia de projeto e etapa construída. Mas além da construção há vínculos que se estabelecem, a Arquitetura vai além da edificação em si. As pessoas atribuem significados a lugares, objetos, acervos, por isso trabalhamos com a ideia de paisagem cultural, que vai além do físico”, pontua ela, acrescentando que a edificação é um elemento de memória e patrimônio da cidade, pois conta a história do lugar através de seus elementos construtivos, que remetem a data da construção, ao comércio da região e a própria festividade cultural e religiosa, que são intangíveis.
No trabalho, os pesquisadores explicam que o Museu do Divino concretiza uma relação naturalmente simbólica entre a edificação, o acervo e a festa em si. “O acervo cria memórias, remete a memórias do lugar. Quem não conhece a festa por ser jovem, pode estabelecer um vínculo através da construção”, diz o texto do artigo.
Já os estudantes João Angelo e Edilson Melo ressaltam a importância da preservação do patrimônio arquitetônico e histórico a partir de iniciativas da própria população. “No caso do Museu do Divino vemos o Marcelino Barroso ter a questão da relação familiar com o projeto, isso é importante porque diminui aquela noção que as pessoas normalmente possuem, de esperar o Poder Púbico para garantir a existência de um Museu”, ressaltam.
No caso de Amarante, a própria população se manifestou e definiu que o Museu do Divino e a Festa do Divino possuem significado cultural e precisam ser preservados.
Fotos: João Angelo