CAU/PI protagoniza embate pela preservação do antigo Sanatório Meduna
3 de fevereiro de 2021 |
O CAU/PI é uma das instituições protagonistas na discussão em torno da proteção do prédio onde funcionou o Sanatório Meduna, símbolo da história da Psiquiatria no Brasil e exemplar de obra que permeia a memória dos teresinenses. Desde terça-feira (2), o presidente do CAU/PI, Wellington Camarço, tem participado de reuniões, entrevistas e manifestações tratando da importância de acelerar o processo de tombamento do prédio.
Na terça-feira, o CAU/PI e representantes de entidades como a OAB/PI, o IPHAN, o Conselho Municipal de Cultura, a Secretaria de Estado da Cultura, entre outras instituições, participaram de reunião com a Superintendência do Shopping Rio Poty, que pertence ao grupo empresarial proprietário do terreno em que está o Meduna. Na ocasião, Wellington Camarço explicou que não ouviu dos gestores a proposta de interesse na preservação do prédio.
Diante disso, várias entidades se organizaram para realizar uma manifestação na manhã de quarta-feira (03) pedindo proteção ao prédio. Paralelo ao apelo da sociedade e de movimentos sociais, o CAU/PI deve protocolar pedido de liminar à Justiça Federal pedindo que a empresa dona do prédio se abstenha de fazer intervenções no prédio até que o processo de tombamento da obra seja realizado. O próprio Ministério Público já apresentou recomendação neste sentido.
“Aqui nós temos um exemplar de edificação importante para a memória da cidade. É um patrimônio histórico da psiquiatria no Brasil, que conta experiências na área da saúde mental em nosso país. O CAU/PI tem como um dos seus objetivos defender o interesse da sociedade na área do patrimônio, quem conhece a história sabe da importância deste prédio para a preservação da memória da cidade”, pontuou Wellington Camarço.
Patrimônio Histórico
Inaugurado em 21 de abril de 1954, o Sanatório Meduna inovou o tratamento psiquiátrico no Nordeste. O hospital foi construído pelo médico Clildenor de Freitas Santos, um revolucionário da psiquiatria no Piauí. O Meduna recebeu este nome em homenagem a Ladislau Von Meduna, médico húngaro que descobriu o tratamento da loucura pelo cardiazol. O Sanatório foi construído durante dez anos, com oito pavilhões, dois pátios, um edifício com dois andares e 120 leitos, além de uma Capela.