Trabalho de Arquitetos e Urbanistas é fundamental na restauração da Igreja de São Benedito
9 de julho de 2021 |
A Igreja de São Benedito é um exemplo de patrimônio histórico arquitetônico que todo teresinense conhece e admira. Concluída em 1886, o espaço é tombado em níveis federal, estadual e municipal e passa por uma grande restauração. Ela possui diversos elementos históricos e características arquitetônicas que a tornam simbólica e marcante para os teresinenses. A parte interna da Igreja está praticamente completa. Atualmente, a Igreja Católica inicia a realização de ações para levantar recursos para o restauro da parte externa do templo.
O processo de restauração começou a ser planejado quando um pináculo de aproximadamente uma tonelada caiu em 2016 e sinalizou que o prédio precisava passar por reforço estrutural completo. Como trata-se de bem tombado, o reforço estrutural deve ocorrer garantindo que o prédio não passe por mudanças que descaracterizem seus aspectos históricos, e por este motivo, o processo é chamado de restauração. Desde então, o arquiteto e urbanista Gerardo Fonseca assumiu a responsabilidade técnica das obras de restauro do templo católico centenário. Os Arquitetos e Urbanistas são os profissionais que possuem a atribuição específica de coordenarem restaurações em prédios antigos.
Gerardo Fonseca explica que num primeiro momento ele cuidaria da iluminação do templo, mas à medida em que o ambiente foi sendo estudado, verificou-se que as intervenções seriam cada vez mais complexas. “É preciso retomar a história. A Igreja de São Benedito foi construída por escravos e pelo povo utilizando técnicas e materiais específicos da época. Ao longo de mais dos seus 120 anos, a igreja tinha passado por reformas que tinham deixado marcas na construção e por conta disso, qualquer intervenção era necessária ser acompanhada por órgãos de fiscalização como a Unidade de Patrimônio da Secretaria de Estado da Cultura e a equipe técnica do Iphan”, pontua ele.
O arquiteto e urbanista ressalta que os trabalhos de restauração são planejados e executados por equipes multidisciplinar e demanda materiais e mão-de-obra especializadas. “Todas as vezes que precisamos intervir numa parede, por exemplo, é preciso pesquisar sobre o material original utilizado e as técnicas de produção do material e entender a simbologia de cada item. Em uma restauração, o Arquiteto e Urbanista coloca em prática todos os seus conhecimentos, desde a parte construtiva, dos materiais, a parte do projeto, até o estudo da arte, da sociologia, da história cultural, enfim. Ele utiliza conhecimento que numa obra contemporânea provavelmente ele não vai utilizar”, explica.
Ele acrescenta que a diferença de um restauro para uma reforma são os princípios utilizados no primeiro. É uma intervenção que deve ser acompanhada pelos órgãos de fiscalização, por pesquisa arqueológica e uma documentação do diário de obra que vai fazer com que daqui a 50 anos, ao passar por novo restauro, os construtores terão que seguir o mesmo padrão. Além disso, é preciso paralisar a obra toda vez que algo até então desconhecido é descoberto para ver a procedência do material. “O restauro busca manter aquele bem ainda vivo, inclusivo, o restauro não é só estético, ele tem apelo histórico. O Arquiteto e Urbanista é o profissional que determina a execução do material. Esse conhecimento geral ele já tem na faculdade, mas a especialização ou o trabalho na prática é que vai dá a ele a vivencia necessária para sua atuação”, conclui.
Vários profissionais da Arquitetura e Urbanismo atuam no processo de restauro da Igreja São Benedito, como Gerardo Fonseca, Patrícia Mendes, da Secult, dentre outros profissionais que compõem o Iphan e a secretaria de Cultura.