Estudantes e entidades lutam pela preservação do patrimônio arquitetônico de Teresina
15 de julho de 2015 |
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí tem atuado na busca pela preservação do Patrimônio Arquitetônico da cidade de Teresina. Nos últimos dias de junho, o caso “Viva Madalena” ganhou repercussão diante de toda a sociedade quando estudantes ocuparam uma casa construída em 1938, no centro de Teresina, que está em processo de demolição para ser transformada em estacionamento.
De acordo com o estudante de arquitetura e urbanismo, Lucas Rusvell, que ocupa a casa, vários estudos atestam a importância do imóvel. “Essa casa já foi identificada como ícone essencial que ainda salvaguarda a historia arquitetônica de Teresina. Toda a estrutura dela, do piso ao telhado, foi feita com materiais e técnicas construtivas daquela época.”, citou o estudante. Entre os materiais estão o adobe, as paredes grossas, o madeiramento veneziano, os ladrilhos fabricados na Europa e as telhas artesanais, construídas pelos próprios operários durante as obras.
O imóvel já foi objeto de estudos de estudantes de arquitetura e urbanismo de várias faculdades de Teresina. A invasão da casa, que é uma propriedade privada foi realizada para impedir o avanço o da demolição. “A ocupação começou de cunho emergencial, a gente já sabia que ela estava em processo de demolição, que acontece geralmente ou de madrugada, ou nos finais de semana quando não há movimento no comercio. Uma parte do imóvel foi demolido, onde já se descaracterizou como patrimônio a ser preservado. Porque não são existem mais portas, nem janelas, nem parte do telhado, nem madeiramento”, disse o estudante.
Agora, estudantes e entidades pressionam autoridades para discutirem uma nova legislação para assegurar a preservação do patrimônio arquitetônico de Teresina. “A legislação que há hoje não garante a preservação das casas históricas por diversos fatores. Ou pela falta de fiscalização, pela omissão da prefeitura, pelas multas que são brandas aos que cometem esse tipo de demolição”, explicou Rusvell.
Os estudantes querem a criação de um Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Arquitetônico, formado por representantes de órgãos como o CAU/PI e a sociedade civil. Para isso, audiências públicas são realizadas e as entidades buscam um entendimento para avançar na preservação do patrimônio arquitetônico de Teresina.